Em síntese o livro Aprendendo com Las Vegas trata-se da
discussão do simbolismo na arquitetura, baseado num estudo feito pela strip de
Las Vegas, além disso, é uma crítica ao modernismo, pois os autores consideram
tal movimento dogmático e utópico e nos mostram como podemos aprender com a
paisagem existente e comercial dita feia e banal.
A condição da arquitetura moderna era ser a solução para
os problemas funcionais e morais, era o esforço totalitário para impor uma
única verdade, mas essa condição mudou conforme o tempo e os hábitos e assim
explodiu novas formas e variedades de estilos, tais como o pós-moderno, o hight
– tech, orgânico a revivência clássica e o desconstrutivismo e viu-se que a
tecnologia, aliada com a liberdade econômica e as políticas disponíveis muda a
arquitetura para rumos inesperados.
A condição pós-
moderna sugeria a integração de estilos novos e antigos, ela é contra a
racionalidade que a arquitetura moderna ditava e também rejeita o compromisso
que o modernismo retinha com o desenvolvimento social, diante da padronização
da sociedade industrialista eles valorizam as diferenças, e é justamente a
contraposição do universal ao local que leva os arquitetos pós-modernos a
reabilitar os traços da história, exemplo disso foi o gesto inicial da fundação
do movimento pós-moderno na Bienal de Veneza (1980) que faz apelo a história
através do documento inicial teórico. Os pós-modernos procuravam vincular sua
proposta estética à emergência de um novo contexto social, ele pretende superar
o modernismo na medida em que se coloca mais integrado aos novos tempos. É dada
a Ênfase na questão da diferença.
E é justamente neste contexto que Robert Venturi entra,
pois ele tenta combater a monotonia dessa arquitetura univalente, buscando
sempre valorizar a complexidade dos múltiplos contextos sociais. Além de
recuperar os aspectos Kitsch de Las Vegas, integrando as formas de uma
arquitetura banal aos cânones acadêmicos.
imagem da web.
Essa preponderância da mensagem leva a arquitetura a se
aproximar da publicidade adquirindo mais uma função de persuasão. O símbolo
fala para além do que é dito.
Mais uma vez Robert Venturi entra no contexto cultural da
época e procura demonstrar como o espaço urbano, fragmentado em partes
descontínuas, descobre um modo de interligação por meio dos sinais, é quando o
símbolo domina o espaço. Com ele a própria materialidade dos edifícios é
redefinida e segundo o próprio: “... a iconografia arquitetônica de hoje está
ligada a arte e publicidade.” Não há mais ambiguidade tudo é explicitado.
Já no período designado como pós- estruturalista o método
estrutural começa a ser flexibilizado e a abranger a cultura do século XX, o
pós- modernismo arquitetônico já é um pós - estruturalismo e Venturi busca
construir uma malha estrutural para a produção crítica da arquitetura. Essas
estruturas manifestam-se de diversas formas na arquitetura e uma maneira
própria do pós-estruturalismo de trabalhar a desconstrução, são as combinações
dos pares binários (estrutura e decoração, abstração e figuração, figura e
fundo, forma e função) e essa desconstrução tem presença assídua nos projetos
de Venturi, um exemplo disso é a Casa Connecticut onde a parte central da casa
que pela “lógica moderna” seria a sala, ele colocou a cozinha e a fachada
principal não é a entrada da casa, mas sim os fundos.
CasaVanaVenturi - R, Venturi
imagem da web.
Relacionando o livro e seus autores, principalmente o
Robert Venturi, com o contexto cultural da época podemos ver que o livro se
encaixa em quase todas as correntes de pensamento e produção arquitetônica
depois do modernismo, movimento do qual eles criticam, iniciando pelo movimento
pós-moderno onde a máxima era a interligação de novos e antigos estilos,
Venturi mostra que consegue fazer isso através de seu primeiro projeto a Casa
de Vana Venturi, como por exemplo: onde ele usou a cumeeira como um dos pontos
centrais do projeto. O estruturalismo e o pós-estruturalismo onde ele levou
essa filosofia para o campo teórico da arquitetura bem como em alguns de seus
projetos, exemplo disso é a Casa Connecticut. E também se insere no regionalismo
crítico, pois enquanto essa corrente de pensamento tenta se opor ao
deslocamento e a falta de significado da arquitetura moderna e usa forças
contextuais para devolver-lhe um senso de lugar e significado o autor Robert
Venturi também faz parte desta corrente de pensamento quando projeta a Casa em Katonah em Nova York 1975, onde faz uma
manipulação consciente de elementos vernáculos locais com técnicas projetuais
modernas.
Então gente é isso, essa minha opinião foi galgada através das aulas de história, de um artigo que li do Renato Ortiz ( reflexões sobre a pós modernidade: o exemplo da arquitetura) e de uma postagem da revista A.U sobre o assunto.
Beijo da Say e continuem acessando.